sábado, 9 de janeiro de 2010

Notícia da semana, por Mafalda Monteiro

Globalização

Os concorrentes-surpresa que vieram do Terceiro Mundo
As multinacionais e as empresas líderes sectoriais podem hoje surgir de onde menos se espera - do antigo Terceiro Mundo. Nomes como Tata, Embraer, Cemex já entraram nos ouvidos dos "ocidentais". A consultora The Boston Consulting Group diz que se pode aprender com as novas multinacionais
Jorge Nascimento Rodrigues
Expresso- Domingo, 7 de Dez de 2008



A concorrência vem agora dos quatro cantos do planeta. A vaga de globalização iniciada há mais de um século pelo capital financeiro e pelas multinacionais "ocidentais" foi surpreendida, na última década, por um grupo crescente de empresas dos países do antigo Terceiro Mundo, pobre, dependente, periférico e atrasado.

A globalização teria dado lugar à "globalidade" e a galeria de companhias de projecção mundial conta hoje com líderes sectoriais incontestáveis que vieram do "Sul", diz Harold Sirkin, do The Boston Consulting Group (BCG) em Chicago e co-autor do estudo que leva como título sugestivo 'Globalidade - competindo com toda a gente de todo o lado por tudo'. Uma situação que está "a alterar radicalmente e continuará a mudar o quadro da concorrência no mundo", afirma-nos este consultor sénior, há 27 anos no BCG.

As empresas emergentes como que subiram uma escada a pulso - de fornecedores baratos em subcontratação (graças ao famoso movimento de "outsourcing" e "offshoring" no Terceiro Mundo protagonizado pelas multinacionais ocidentais) ganharam vida própria e acabaram por "atacar" directamente os próprios mercados ricos dominados pelos seus antigos clientes.


Repetição e novidade

O fenómeno não é novo, diz Sirkin. No século XIX e no início do século XX ocorreu o mesmo com as companhias emergentes dos Estados Unidos, depois nas décadas de 1960 e 1970 com a ascensão das empresas japonesas que trouxeram novas marcas ao mundo que abalaram a competitividade ocidental, e mais tarde na década de 1990 com a projecção das empresas coreanas.
Mas agora há uma diferença - sublinha o nosso interlocutor. "O que é novo é a dimensão da vaga potencial e as condições em que está a emergir. Os 14 países que designamos na BCG de 'economias em desenvolvimento rápido' somam mais de 3 mil milhões de almas. E o processo é hoje muito mais rápido", diz Sirkin. As razões são conhecidas: a Internet, o sistema de logística e a própria possibilidade das empresas do "Sul" subcontratarem o melhor em design, marketing ou mesmo investigação nos EUA, Europa ou Japão.

Sirkin fala de 14 países e não apenas dos quatro BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) hoje em moda. Um dos indicadores que a consultora montou foi o 100 Global Challengers. A mais recente lista, liderada pela China à frente dos outros três BRIC, inclui também casos do México, Turquia, Tailândia e Malásia.

Nos três casos que mais o impressionaram, o consultor escolhe o grupo Tata indiano, a Embraer brasileira, número um no segmento de aviões regionais, e a BYD chinesa, líder em baterias para telemóveis. Aliás, refira-se que há outros casos bem conhecidos de líderes mundiais que vieram do "Sul", como a Cemex mexicana nos cimentos, ou a Vale do Rio Doce, brasileira, nos minérios.
"Já nem se trata de desafiadores, pois são líderes incontestados e pode aprender-se bastante com eles, pois identificaram novos modelos de negócio e novas formas de os fazer", conclui ironicamente Harold Sirkin.

7 comentários:

  1. Este artigo pareceu-me bastante interessante pois o tema da globalização está a ser abordado por nós em Economia C. A notícia confirma tudo aquilo que temos estado a estudar nesta disciplina ao longo do ano, abrangendo principalmente a potencialidade dos novos países emergentes, dando como exemplo os BRIC.

    Estes estão a “atacar” os actuais dominadores do mercado e do mundo industrializado, pondo em risco as grandes potências mundiais. Mas existe uma razão lógica para estes acontecimentos, a Globalização.
    Através desta os países alcançaram acesso aos mercados internacionais pela via das exportações, possibilitando acréscimos de produtividade e de rendimento que permite reduzir o nível de pobreza das populações e obter melhorias significativas nos indicadores de saúde, de esperança de vida e de escolaridade.

    Tomando contornos cada vez maiores no nosso quotidiano a globalização torna assim possível uma crescente facilidade de comunicação e circulação de pessoas e bens.

    Mas este fenómeno tem as suas vantagens e inconvenientes e se ao início esta parecia muito vantajosa, tem trazido nos últimos anos um agravamento de desigualdades que não pode continuar.

    Sentindo-se mais em alguns países no que outros, pois para muitos a maior integração na economia mundial tem conduzindo a uma maior desigualdade na distribuição de rendimentos, como na América Latina. Já nos países desenvolvidos o problema revela-se o mesmo mas a nível de desigualdades sociais, particularmente na menos qualificada, pois a entrada no mercado de trabalho torna-se mais exigente, onde se deseja uma maior produtividade para que se possa fazer frente as estes países emergentes, que tentam ocupar os seus lugares através de salários mais baixos. É um factor que vai causar um choque no emprego e salário.

    Mafalda de Sttau Monteiro nº12

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  4. Esta notícia incide sobre a globalização, abordando o aparecimento surpreendente de multinacionais e empresas líderes sectoriais do antigo Terceiro Mundo, do qual fazem parte países periféricos e com poucos recursos económicos.

    Estas empresas emergentes tiveram um crescimento acelerado e, actualmente, posicionam-se ao nível dos mercados ricos que, anteriormente, forneciam.

    Segundo Sirkin, este fenómeno não é recente. Já no século XIX o mesmo se passou nas companhias emergentes dos Estados Unidos, seguindo-se nas décadas de 60 e 70 “a ascensão das empresas japonesas que trouxeram novas marcas ao mundo que abalaram a competitividade ocidental, e mais tarde na década de 1990 com a projecção das empresas coreanas.” No entanto existe uma diferença, a dimensão da vaga potencial e as condições em que está a emergir.

    O processo actual é bastante mais rápido devido as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), designadamente a Internet; “o sistema de logística e a própria possibilidade das empresas do "Sul" subcontratarem o melhor em design, marketing ou mesmo investigação nos EUA, Europa ou Japão.”

    Sirkin menciona os BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) e faz referência ao 100 Global Challengers, a mais recente lista, liderada pela China à frente dos outros três BRIC.

    Para terminar, Sirkin revela os três casos mais impressionantes, a Tata indiana, a Embraer brasileira e a BYD chinesa, que são líderes a nível mundial.

    Nesta notícia estão em causa países emergentes, ou seja, países com uma economia bastante forte, por vezes ao nível de países de Primeiro Mundo, como é o caso do Brasil.

    O crescimento destes deveu-se a globalização, que permitiu não só melhorias ao nível da saúde e educação, como também em termos da produção que deteve aumentos substanciais, o que levou a um incremento no rendimento. Como consequência houve uma subida no PIB destes países.

    No entanto existem muitos outros países em que as desigualdades aumentaram, não só em termos económicos, como sociais.

    Assim, podemos concluir que a globalização é um fenómeno que apresenta pontos positivos e negativos. No caso específico dos países emergentes esta provocou uma rápida ascensão e uma melhoria a diversos níveis, no entanto, nada prevê o que virá no futuro.

    Inês Santos

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  5. A notícia desta semana, escolhida pela Mafalda Monteiro, sugere necessariamente o fenómeno da globalização, que se tem vindo a acentuar com a utilização das novas tecnologias de informação e comunicação e consequente aproximação de pessoas e de lugares.

    Através da notícia, verifica-se que já não existe uma única ou poucas potências mundiais a nível do comércio: cada vez mais surgem países, "de todos os quatro cantos do planeta", que concorrem entre si em praticamente todos os sectores. Empresas do antigo Terceiro Mundo, tornam-se potenciais ameaças para as empresas multinacionais europeias, norte-americanas ou japonesas.

    Não só aparecem novas empresas dominantes no mercado provenientes dos BRIC, como também de outros países, tais como do México, Turquia, Tailândia e Malásia, fazendo com que a concorrência aumente e com que esses mesmos países se desenvolvam tecnologicamente.

    Mas este fenómeno não é necessariamente negativo, uma vez que o aparecimento de novos países no mercado permite aumentar e diversificar as trocas por todo o mundo, e ainda contribui para o desenvolvimento interno dos próprios países em causa, diminuindo assim a realidade "dominador-dominado" que existe desde sempre.

    Esta tendência manter-se-á no futuro, tendo-se já previsto que alguns destes "concorrentes-surpresa", tais como a China e o Brasil, venham a ultrapassar as economias dos G6.

    Marta Serra nº18 12ºD

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  6. A notícia fala sobre globalização, pondo em destaque o aparecimento de multinacionais e empresas lideres sectoriais vindas de onde menos se espera, dos países de terceiro mundo, países sem qualificação, recursos económicos e qualidade de vida. É com estas empresas que devemos aprender. Já não vivemos num planeta de líderes económicos, o poder é multipolar, com o aparecimento das novas multinacionais e com o crescimento dos BRIC, a globalização ocidental é agora concorrente com a oriental. A concorrência é agora maior que nunca. Sirkin diz-nos então que este fenómeno não é novo, a diferença está na dimensão que consegue atingir, com a ajuda das novas tecnologias de informação e comunicação, nomeadamente a internet, tudo se passa em minutos. Apesar de estarem longe das melhores empresas de marketing, publicidade, etc, conseguem chegar a todo o lado. Começam então a aparecer lideres , em diversas áreas de todos os cantos do mundo. Na minha opinião, este fenómeno pode ser vantajoso para todos, pois ao criar mais riqueza nestes países de terceiro mundo, pode ser uma ajuda, para o seu desenvolvimento, aumentando as trocas. É por isso importante, o crescimento destes novos mercados, de modo a termas um planeta mais coeso, não só a nível económico mas também social.

    Mariana Cruz 12ºD

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  7. Nesta notícia, podemos ver referido o tema da Globalização. Este tema é-nos de interesse, visto que o focámos no 1º período, e ainda neste mesmo o referimos.
    Quanto à notícia, posso afirmar que foi bem escolhida. Quanto ao conteúdo da notícia, digo somente que o meu ponto de vista não é tão optimista, visto que é difícil falar em Globalização num Mundo Regionalizado, ou seja, é difícil “aparecerem” novos pólos, que consigam concorrer com a “Tríade”, ainda para mais sendo países que tenham vindo do terceiro mundo. Os países do terceiro mundo que conseguem realmente este feito, conseguiram algo quase milagroso. Há muitos países do terceiro mundo que nem têm um mercado suficientemente grande para o conseguirem explorar “decentemente”, nem têm capitais humanos, ou outros quaisquer, que possam utilizar. Para piorar as coisas, não têm sequer, como investir nestes capitais, pelo que, para conseguir sair desta situação, e, ainda para mais, sobreviver num mercado mundial, é preciso um esforço quase heróico para as empresas de países do terceiro mundo.
    Apesar deste meu ponto de vista, é impossível negar que a Globalização tem os seus pontos positivos. Estes concorrentes-surpresa referidos no texto, só conseguiram este estatuto devido à Globalização, à facilidade que esta proporciona em fazer o “outsourcing” e “offshoring”, por exemplo. Outro factor que levou a esta facilidade nas trocas comerciais, e outras, foi a inovação Ana área das TIC, o que nos levou à Internet, a chamadas de conferência, telemóveis, e outros, que criaram um mundo mais “próximo” entre si.
    Entre as empresas que souberam aproveitar-se disto, algumas conseguiram passar a um outro nível, de tal modo, que já lhes ouvimos os nomes, e, talvez os continuemos a ouvir durante muito tempo.

    Luis Menino nº10 12ºD

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