domingo, 7 de março de 2010

Notícia da semana

Papel, cartão, embalagens, restos de comida, vidro. São vários os resíduos produzidos numa habitação que nos parecem inúteis. Mas não são. Cada caixote do lixo alberga uma fonte alternativa de energia que, gerida adequadamente, daria para alimentar uma vivenda por três meses. Falamos da valorização energética dos resíduos urbanos. Incineração com captação de energia. Os ambientalistas consideram esta uma opção de recurso, isto porque "70% dos resíduos sólidos urbanos [RSU] são recicláveis".
"Tendo em conta a crescente quantidade de resíduos que é produzida e a escassez de espaço territorial necessário para a implantação de aterros sanitários de grande dimensão para o seu destino final, a incineração possui a indiscutível vantagem de reduzir de forma significativa - à volta de 90% - o volume de resíduos ao qual terá de ser dado um destino final definitivo", explicou ao DN Luís Teixeira de Lemos, director do Departamento de Ambiente da Escola Superior de Tecnologia e Gestão, do Instituto Politécnico de Viseu.
Existem várias vantagens no processo de incineração com captação de energia. Dá-se um destino mais nobre a algo que não terá uso: dados do Ministério do Ambiente de 2008 põem 65% dos resíduos sólidos urbanos nos aterros, enquanto apenas 9% são reciclados.

A Quercus contesta. Rui Berkemeier, membro da associação ecologista, explicou ao DN que os números do Ministério do Ambiente não mostram o real valor daquilo que pode ser reciclado. "Dando um número redondo, 70% dos RSU são recicláveis. Mas para isso é preciso apostar em métodos de triagem mais eficientes", diz. Um desses métodos a serem seguidos, exemplificou o ambientalista, é o que foi instalado na empresa de gestão de RSU da zona de Portalegre, Valnor: "É um exemplo a nível europeu. Aplicaram o princípio da engenharia de minas e da sua triagem de materiais." Por causa disto, a Valnor consegue separar dois terços do plástico, que é tratado para poder ser reciclado da melhor forma. "Uma taxa superior à média europeia", acrescenta.
Em Portugal existem três incineradoras integradas em sistemas de gestão de resíduos urbanos: a da Valorsul, na região da Grande Lisboa Norte; a da Lipor, na região do Grande Porto; e a da Valorambiente, na ilha da Madeira. Todas estas unidades produzem energia.
Ao DN, o Gabinete de Imprensa do Ministério do Ambiente afirmou que a incineração com aproveitamento de energia "constitui uma forma de produção de energia que contribui para a redução da dependência externa e para o combate às alterações climáticas". Rui Berkemeier contesta a opinião do ministério devido à baixa eficiência das incineradoras: "Perdem 50% do calor e a produção de energia equivale a 24% daquilo que é queimado", informa.
Há inclusive diferenças no CO2 poupado em cada processo: uma tonelada de plástico poupa 1,4 toneladas de CO2, enquanto cada tonelada de RSU incinerada poupa 200 quilos de CO2 e emite 400 quilos. "No final, o saldo de emissões é negativo", completa.
Tanto o ministério como a Quercus consideram que a incineração é uma forma de captação de energia limpa. Apesar de algumas emissões (na opinião dos ecologistas) o Governo considera este processo "um destino mais nobre do que a eliminação em aterro". Mais uma vez os ecologistas discordam e pedem uma aposta superior na reciclagem: "Um sistema de recolha selectiva porta a porta a nível nacional vai fazer com que se recicle mais", conclui a Quercus


Fonte: Diário de Notícias Online

Ana Patacão, nº1

Notícia da semana

População mundial excederá 9 mil milhões em 2050, segundo ONU

A população mundial atingirá 7 mil milhões, no início de 2012, e excederáos 9 mil milhões, em 2050, sendo que a maior parte do seu crescimento seregistará nos países em desenvolvimento, segundo estimativas revistas das Nações Unidas publicadas hoje.
“Não houve grandes alterações em relação às estimativas recentes e não alterámos os pressupostos para o futuro”, disse Hania Zlotnki, Directora da Divisão de População do Departamento de Assuntos Económicos e Sociais (DESA),aos jornalistas, em Nova Iorque.
“Segundo as nossas projecções, em 2050, a população do mundo continuará a rondar os 9,1 mil milhões”, disse, ao apresentar 2008 Revision of the World Population Prospects.
Nove países deverão ser responsáveis por metade do crescimento demográfico projectado para o período entre 2010 e 2050: Índia, Paquistão, Nigéria,Etiópia, Estados Unidos, República Democrática do Congo, Tanzânia, China e Bangladesh.
Hania Zlotnik disse que as actuais projecções se baseiam no pressuposto de que a fecundidade irá baixar do nível de 2,5 filhos por mulher para 2,1 filhospor mulher, daqui até 2050.
A população dos 49 países menos avançados (PMA) continuará a ser a que cresce a um ritmo mais rápido no planeta (2.3% por ano), informa um comunicado da Divisão de População.
Enquanto, segundo as projecções, a população dos países em desenvolvimento no seu conjunto irá aumentar de 5,6 mil milhões, em 2009, para 7,9 mil milhões,em 2050, a população das regiões mais desenvolvidas aumentará apenas de 1,23 mil milhões para 1,28 mil milhões.
A população das regiões mais desenvolvidas deveria baixar para 1,15 mil milhões, se não houvesse migração líquida dos países em desenvolvimento para os países desenvolvidos. Esta migração deverá rondar os 2,4 mil milhões de pessoas por ano, entre 2009 e 2050.
A ONU acrescenta que as tendências definidas nas projecções dependem da queda da fecundidade nos países em desenvolvimento. Sem uma maior redução da fecundidade, a população mundial poderia ter um aumento quase duas vezes superior ao projectado actualmente.
“Será extremamente importante continuar a financiar o planeamento familiar e aumentar as verbas que lhe são atribuídas, pois, caso contrário, é improvável que as nossas projecções em matéria de queda da fecundidade se concretizem”,disse Janial Zlotnik.
A Directora da Divisão de População acrescentou que as tendências demográficas dependem também de um aumento importante da percentagem de doentes de SIDA que beneficiam de uma terapia anti-retroviral e do êxito dos esforços para deter a propagação do VIH.
Entre outras conclusões do estudo, afirmou que a maioria dos países em desenvolvimento não deverão alcançar o objectivo de uma redução de dois terços da mortalidade infantil até 2015 (ODM).

(Baseado numa notícia divulgada pelo Centro de Notícias da ONU a 11/03/2009)

Fonte: http://www.aptonu.motime.com/post/743407/Popula%C3%A7%C3%A3o+mundial+exceder%C3%A1+9+mil+milh%C3%B5es+em+2050,+segundo+ONU

Ana Rita Eiras, nº3